21/11/10
EU
Borboleta sem apego, sem flor permanente.
Em cada asa colorida e transparente, um amor maternal,
intemporal e infinito.
No meu corpo, o amor sedutor e sensual que chama por ti,
onde quer que estejas.
Tu serás a flor que quero que me cubra com seu pólen balsámico e
me envolva com sua pétalas aveludadas.
Tu serás a flor mais completa e sorridente de um jardim encantado,
onde poisarei como um beijo delicado de fada e te acordarei de um
sono profundo de vida cansada.
Serei feliz quando me transformar em alma encantada em corpo de
borboleta.
17/11/10
LÍRIO BRANCO
Uma luz o envolvia e cobria de versos de amor.
Quis tocar-lhe mas apanhei palavras de amor.
Quis falar-lhe, apenas senti um suspiro breve.
Quis beijá-lo mas na sua boca de lírio branco, morava o mais bonito
sorriso que alguma vez vi.
Contemplei-o, assim, quieto e sedutor.
Não o pude alcançar mas cobicei-o.
Esfumou-se na manhã límpida. No ar ficou a ambrósia celeste.
No meu travesseiro uma pétala de lírio branco.
06/11/10
NOITE MÁGICA
Bate na vidraça a chuva rebelde e fria numa cantilena que ninguém entende.
No ar uma fragrância a lírio lilás e o som de um velho gira-discos entoa a música
predilecta dos amantes que dançam entrelaçados na noite orgulhosa de os possuir.
Deleitam-se com seus corpos sensuais e percorrem-se em gestos simples.
Descobrem-se encantados e desejosos de si. Olham-se, apenas.
Um raio de luz ilumina as silhuetas que desenham na parede a lua oculta.
Por fim, os amantes dormem como anjos alvos e ingénuos. Voam pelo sonho
de mãos dadas.
NUDEZ
Retiro de mim as vestes de mulher e desnudada
entro na poesia.
Humilde, descalço meus pés e passeio pelas palavras
que cobrem meu corpo.
Percorro a minha memória e encontro as sílabas que sussurrei
ao amor, mas que o vento as levou para longe...perdi-as.
Deito-me na palavra saudade e nela revejo minha vida
e faço um verso com que me cubro.
Sonho com frases que a minha boca não sabe dizer mas
que a alma sente. São palavras de amor.
01/11/10
AMOR AO VENTO
Deitei o amor ao vento que o levou para longe,
passou por ti como brisa de verão mas
fugiste dele com receio de o saborear e...gostar.
Como alísio deslizou em teu corpo, sem o saberes
recolheu-se em tua mente como memória.
Acordas com saudades e não sabes a razão,
desliza uma lágrima doce em teu rosto que
recebes com gosto. Sabe ao beijo de limão! Sorris!
Queres o amor mas ele partiu pelos vales da paixão.