05/08/15



Caminho pela água azul do mar em passos pequenos de dor.
Outrora fui sereia - musa ... dobrei o mais perigoso dos sentidos
das emoções ... o amor... 
Abri a concha e as minhas vestes transparentes refletiram a nudez do meu
corpo. Numa cama de jasmim, amei como virgem pura e
em gestos de volúpia e languidez, levei-te à sofreguidão de gestos com
palavras de sangue e de verdade. 
Agora o olhar está ausente e o corpo distante.
As cores do amor embaciaram e as palavras calaram-se.
O amor foi guardado para sempre. Fui vencida.

A concha fechou. Tu ficaste do lado de dentro do oceano.










Permaneço ou desapareço?

Não sei... se encontro o caminho
de volta a mim. Se te deslumbro
no nevoeiro da vida, fico de novo.
E perco-me na desilusão.